Eu me reconforto com gritos e risos das crianças no recreio. Aquilo refrescava a minha alma numa tarde azul de calor. Aquela tarde era mesmo demorada, os olhos mereciam reparar mais no lírio bem no canto do muro, na ausência de nuvens e no amor que assomava no peito. Eu só estava feliz de ver as infâncias, de acompanhar minha velhice, amigos enrugados, admirar a paz de espírito de uma grama verde.
Era preciso parar aquele dia- as infâncias, as crianças, os velhos, a grama, o lírio. Mas o relógio de parede do colégio continuava girando, assim como meus pensamentos e as melhores cirandas.
E tudo se fez belo e encaixado, justamente porque tinha uma determinada hora para terminar, a hora de um segundo derradeiro, onde toda beleza se encerra, onde as pequenas mortes são anunciadas...
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